O crowdfunding, também chamado de financiamento coletivo, já é muito utilizado por artistas, empreendedores, ONGs e agora está ficando mais popularizado no meio dos eventos. Qualquer um que já teve algum contato com essa indústria sabe o quanto caro é realizar um evento e, às vezes, o idealizador não tem toda essa grana.
Para poupar o trabalho de procurar um investidor – e ouvir muitos “não” – o financiamento coletivo vem como uma alternativa mais simples e democrática que tirar seu projeto do papel. É simples, você cria uma campanha de arrecadação de fundos e conta com a contribuição financeira de pessoas que acreditam no seu projeto. E arrecadação de fundos vale para diversas etapas: o aluguel do espaço, pagamento dos funcionários, para o pós-evento ou até mesmo para uma turnê.
A autora e empreendedora Bel Pesce arrecadou mais de 889 mil reais, através de uma campanha de crowdfunding, para realizar uma turnê de palestras sobre empreendedorismo em todas as capitais do Brasil.
E para você que já ficou com vontade de criar uma campanha de captação de fundos, separamos algumas dicas para fazer seu evento bombar através do crowdfunding!
Conte sua história
Uma das características mais importantes de uma campanha de financiamento coletivo é contar sua história. Campanhas, existem milhares, mas sua história é única e só você pode contá-la com exatidão.
Fale sobre sua trajetória e como surgiu a ideia do evento, seus objetivos, qual será o impacto desse projeto para seu público ou para si mesmo e como o dinheiro será usado. E faça tudo isso de uma forma convidativa para os futuros e possíveis contribuidores.
Assim como os cineastas se perguntam “como é que esta cena vai impulsionar a história ou desenvolvimento de um personagem?”, você deve se perguntar: “Como é que esse texto, foto ou vídeo vai contar a história de nosso evento? Como é que esta recompensa vai incentivar o contribuidor a fazer parte do meu projeto e da minha trajetória?”
Não se limite a focar sua atenção somente nas características mais atraentes do evento, faça os usuários realmente pensarem sobre o propósito do festival, o papel do público no cumprimento desse propósito, e como eles podem se beneficiar dele.
Inspire-se em outras experiências
Você pode ter a melhor ideia do mundo e todo um plano de como executá-la, mas criadores de campanhas similares a sua podem ter feito coisas que nem passaram pela sua cabeça e, com certeza, te ajudarão.
Essa pesquisa também pode incluir falar com o público do seu tipo de evento no país, para descobrir suas expectativas, coisas que deram errado em eventos anteriores que você pode mudar, entre outros.
Quando você terminar sua pesquisa, seu cérebro, provavelmente, vai estar uma bagunça. Muitas das recomendações que você leu entrarão em conflito com outras e algumas delas não vão fazer sentindo quando executadas juntas. Separe as ideias que mais tenham a ver com a sua campanha, afinal, o que é bom para uma, pode não ser bom para sua campanha.
Pense nas suas estratégias
Assim como no planejamento geral do evento, eventualmente, você terá que decidir quais são as estratégias de crowdfunding que vão te ajudar a contar a história e engajar seu público e quais as estratégias é melhor descartar.
Um pequeno questionário antes lançar sua campanha – o Google mesmo oferece essa ferramenta – pode te ajudar a entender melhor seu público, com quais gastos estão mais propensos a colaborar (contratação de um artista ou aluguel do lugar, etc) e até quais são as recompensas mais adequadas para oferecê-los.
Não se frustre com os erros, aprenda!
Se você nunca fez isso antes, que é o mais comum, você vai cometer erros. Não fique frustrado ou desista no meio do caminho. Aquela pesquisa que citamos acima vai ajudar a evitar muitos dos imprevistos, mas têm coisas que não podemos prever. A melhor maneira é planejar ao máximo para que não ocorram. Mas, se ocorrer, aprender e superá-los.
Lembre-se, nem todas as campanhas de captação foram sucesso em sua primeira tentativa. Muitas tiveram que se adequar para conquistar mais contribuidores. Afinal, em crowdfunding, quem diz se a sua ideia é ótima e merece uma contribuição é o público.
Tente ser o mais pessoal possível
Isso não significa que você tem que escrever coisas diferentes em cada e-mail que enviar para um possível contribuidor ou postar fotos pessoais na página do evento no Facebook, mas evite mandar mensagens genéricas para um número enorme de pessoas.
Responda às dúvidas individualmente e faça o contribuidor se sentir especial. Grave vídeos seus de agradecimento. Seu público vai investir no seu evento e nas suas ideias e, portanto, é um investimento em você também!
As pessoas se sentem mais próximas quando conhecem sua personalidade e, assim, você também está dando uma identidade para o projeto em si. Os pequenos toques pessoais deixam os criadores de campanha e os contribuidores mais próximos.
Lembre-se também de deixá-los sempre atualizados a respeito do andamento do projeto para que possam acompanhar.
Pense primeiro no seu público que já existe
Não tente logo de cara atingir um público desconhecido, pois a chance de eles se interessarem é pequena. Muitos criadores de campanha iniciam a divulgação fazendo posts patrocinados ou anúncios pagos e se decepcionam quando o retorno não é como o esperado.
Comece com a sua base de dados já existente. Se cada um deles compartilhar a campanha com mais 5 amigos, seu público será 5x maior que no início do processo!
Além disso, a probabilidade de que a campanha do seu evento viralize é pequena. A questão toda é engajar seus admiradores atuais e incentivá-los a atrair outros ao longo da campanha.
Você vai perceber que, mesmo com seu público já existente, essa divulgação será trabalhosa e é por isso que a base de uma campanha de crowdfunding é a persistência. Passe algumas horas do dia no telefone, entre em contato com velhos amigos, mande mensagens no celular. Esse tipo de atenção individual é essencial que as pessoas saibam o quanto este esforço significa para você, e o quanto você está contando com eles.
Quando o laço com seus conhecidos já estiver forte, passe a fazer ações mais abrangentes. Procure seus possíveis contribuidores em seu “habitat natural”. Se seu projeto é um festival de música, procure grupos e sites de música, eventos de outros shows, etc. Se é um festival de filmes, procure seu público no cinema e sites de críticas de filmes. É só os identificar e mandar bala 😉